E no meio de tanta gente, eu encontrei você! (Por Juliana Andreotti de Barros - fevereiro/2016)
Era segunda-feira de manhã. O sol - ainda tímido - aquecia a pele nua e rosada da bochecha, dava brilho celestial ao par de olhos castanho-jabuticaba, alçava fogo no escarlate dos lábios que permaneciam semiabertos.
Um quadro cinzento. Desenhado com pinceladas de fumaça de escapamento de caminhões. Buzinas ensurdecedoras de um mundo apressado. Centenas de pessoas se trombando em maratona por um dia a menos de vida. O bebê chorando no colo da mãe. O vendedor ambulante. O passarinho caído na guia da calçada. O botão de Maria-sem-vergonha apontando um início de vida finita. O telefone tocando. O bloco de tarefas. O documento para entregar. O murmurinho da voz de uma inimizade. A porta batendo. Crianças gritando. O pedinte mendigando um pedaço de pão. O bom dia ‘quase que sussurrado’. O barulho do teclado do computador. O sinal de alerta. O ir-e-vir que não chega a lugar nenhum... Em meio ao cinza todo, um feixe de sol - ainda tímido - de segunda-feira de manhã, iluminando aquela mexa de cabelo que ficou despenteada... Um quadro divino!
Eu apenas admirava. Incapaz de reproduzir em palavras aquilo que o coração explodia em emoção.
Qual será a história dessa pessoa? Quantos amores ela teve? Qual a cor da sua alma? Quais segredos ela esconde? Será que ela canta? Será que dança? Será que gosta de amora? Quanto tempo leva para eu conhece-la? Qual o sabor do seu beijo quando acorda? Aposto que ela sabe que é incrível... (Será)? Quanto tempo estou parada admirando ela? Vou falar com ela? Quero conhece-la!
Neste momento o trem das Sete chegou. A multidão frenética voltou minha atenção para o feixe de sol que ofuscava meus olhos castanho-jabuticaba. Arrumei a mexa de cabelo que estava despenteada. Guardei cuidadosamente o espelho que eu segurava avoada durante minutos, e finalmente conferi se o batom vermelho estava sem nenhum borrão! Entrei no trem e segui rumo, aliviada por ter encontrado, uma vez mais, meu Eu, que tantas vezes se perde no cotidiano e nas (faltas de!) atitudes alheias...
Nota da autora: Algumas vezes estamos tão focados em encontrar outras pessoas, que acabamos nos perdendo de nós mesmos. Esquecemos nosso poder. Nossa unicidade. Nosso bastar-se de si mesmo. Perca-se quantas vezes for necessário, mas corra se encontrar todas as vezes que for preciso. No meio de tanta gente nesse mundo existe uma pessoinha absolutamente especial e que te fará imensamente feliz: você! Lute por você. Apaixone-se por você. Faça planos por você. Encontre você no meio de tanta gente, e finalmente outras pessoas começarão a te encontrar também!
Excelente texto, Ju! Muito bom mesmo parabéns
ResponderExcluirLeva a acreditar que era uma coisa, mas se torna outra completamente surpresa!
Hahaha realmente muito bom! E uma ótima reflexão.
ResponderExcluiroi Jones, obrigada! e bem vindo ao meu espaço rs =)
ExcluirObrigado pela recepção acolhedora.
ExcluirQuem sou eu para julgar, mas do meu ponto de vista você tem talento.
Já leu "a filosofia da composição"?
P.S.: Se este não for o local adequado para conversar, perdoe-me e não precisa responder, mas entenda que não vi alternativa.
Olá, Jones! Fico feliz pelas palavras!
ExcluirSe tiver interesse, o Blog tem uma página no facebook (a qual por mérito da minha ignorância virtual ainda não consegui linkar aqui com o Blog)
Segue o endereço (lá o contato fica mais fácil!)
https://www.facebook.com/OJardimDeAnaMohan
parabéns! lindo texto mesmo moça
ResponderExcluirobrigada!!!
ExcluirOlá, Ana! Lindos textos! :)
ResponderExcluirLindo e profundo
ResponderExcluirContinue investindo nesse dom
Abs
Mãe