Entusiasta sem vontade sobre o comportamento humano, andei observando comentários, “posts” e outras publicações nas redes sociais de praxe e me dei conta de que o ser humano está carente por contato humano, mesmo que este seja de forma virtual não humana!
Quem não se lembra do famoso “buddy poke” do Orkut? Qual não era a alegria quando uma mensagem chegava falando que um amigo te abraçou? Ou te deu uma flor? Ou encostou o dedo dele em você? Cinco minutos depois de ver a “pokeada”, você sai do computador e cruza com o “cutucador” que te pokeou. A pessoa, que até flores lhe enviou virtualmente, baixa um pouco a cabeça quando te avista e sussurra um “oi” mudo pelo canto esquerdo da boca, enquanto você passa pelo lado direito. Então você pensa “deixa pra lá, depois eu ‘pokeio’ ele e a gente volta a ser amigo”.
Nas demais redes sociais a história não é muito diferente. SIM, a gente precisa de carinho, de abraço, de beijo e até aperto de mão. Nas famosas timelines virtuais rodam centenas de mensagens do tipo “hoje eu precisava de um abraço”, “me da um beijo”, “vem me ver”, “me liga”, “olha pra mim”, entre outras mensagens subliminares em fotos, cujo “biquinho solitário” traduz “me pede um beijo que eu dou!”. Até elogios estão em falta, visto que já fui obrigada a ver foto de meninas semi nuas tão desesperadas por um “vai potraaaaanca”. Sim, a coisa ta feia pro nosso lado.
E flores virtuais então??? Eu mesma já recebi centenas: desde rosas vermelhas até lírios exóticos, azaléias, orquídeas, girassóis, e até espécies que não crescem no Brasil. Agora se me perguntarem quantas vezes cheguei na minha casa e me surpreendi com um simples botãozinho de rosa unitário em cima da minha cama, com um bilhete de algum admirador anônimo dizendo que eu estava muito bonita na quermesse, eu teria que puxar pela minha memória RAM já ultrapassada e tentar descobrir se isso alguma vez aconteceu.
A internet é uma ferramenta de fácil acesso hoje em dia, que conecta pessoas que estão a milhares de km de distância, e isso fascina e facilita demais as coisas pra gente. Cada vez o contato humano propriamente dito está sendo deixado pelo contato virtual. Se você tem algo pra falar pra um amigo você manda uma mensagem por celular (com uma ramificação incrível de programas para conversação). Até mesmo o simples telefonema está caindo em desuso. Ouvir a voz da pessoa já não é tão importante quanto ver a mensagem “fulano de tal está escrevendo pra você”. O calor do abraço humano foi substituído pelo calor dos dedos enquanto digitam “outro abraço pra vc”.
Entendam que não estou criticando a internet, tão pouco os internautas e redes. Confesso que “euzinha aqui ó” sou grande entusiasta desse meio de comunicação, e estou sempre “antenada” (embora hoje em dia nem antena se use mais haha) e online. Mas não abro mão nem troco a experiência humana pela virtual. Sou a favor da carta em vez de e-mail. Sou a favor do telefonema em vez do “sms”. Sou a favor do abraço de verdade em vez do “poke”. Sou a favor da rosa murcha roubada de algum quintal com um bilhetinho escrito em papel amassado em vez de orquídeas exuberantes que não exalam cheiro virtual.
Um grande poke a todos os meus amigos!!!! Sintam-se todos verdadeiramente abraçados pela Juliana virtual=P
brilhante e muito sensível ju
ResponderExcluirparabens por esse dom da escrtita
Ameiiiiiiii!! Amiga, vc é sensacional!
ResponderExcluirE só pra cosntar, tb sou a favor de Calor Humano, apesar de estar aqui tão longe.... to sempreeee convidando amigos, e familiares para virem me visitar, pq tb sinto MUITA FALTA de estar perto.
Amiga, parabéns.
Adorei !
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