sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Contos de Bruxa (parte 2) – O sapo encantado na balada

Dando sequência ao devaneio que teve início ontem, devido a repercussão positiva após o primeiro post do Projeto de Narração e graças aos pedidos de amigos pela segunda parte dessa es-tória sem pé nem cabeça, segue o segundo "capítulo" das desventuras amorosas da bruxa/princesa Ana Mohan!


Contos de Bruxa (parte 2) – O sapo encantado na balada

"Noite de festa no território neutro situado entre o reino da Pikititolândia e o obscuro mundo do Cafajestal. O baile é de máscaras. O final do dia promete grandes emoções... afinal é sexta-feira, e tudo pode acontecer!

O relógio do alto da torre soa 6 badaladas. O baile de máscaras começará em 4 badaladas.

Enquanto isso, no reino da Pikititolândia, Ana e suas amigas começam os preparativos para a noite. O banho. As fofocas. A escolha premeditada da roupa. As aspirações. Os sapatos para combinar. As fofocas. O glamour do cabelo. Os desejos. A maquiagem. As expectativas para conhecer O príncipe. O esmalte cuidadoso nas unhas. Mais fofocas. O perfume. Na oitava badalada e meia as Pikititas encontram-se completamente prontas, com exceção do batom rouge nos lábios volumosos. Ansiosas pelas surpresas que a noite COM TODA CERTEZA RESERVA.

O relógio do alto da torre soa 6 badaladas. O baile de máscaras começará em 4 badaladas.

Enquanto isso, no obscuro reino do Cafajestal, Malandro Cafajeste e seus “bródi” chegam ao terceiro pub da noite. A cerveja. Os lances do último jogo. A cerveja. Os lances do penúltimo ano. A cerveja. Os lances do antepenúltimo jogo. A cerveja. As mulheres que não são deles. A cerveja. Os lances do jogo de 1964. A “glamurosa” que entrou no pub. A cerveja. Casa-banho-a primeira roupa limpa do armário-perfume-topete-sorriso maroto to me achando. Meio segundo antes da décima badalada os Cafajestes encontram-se completamente prontos, com exceção da última espiada no site “Cafajestinhas.com”. Ansiosos pra saber se o Cafajestemóvel vai funcionar desta vez. 

O relógio ao alto da torre soa 10 badaladas.

Pikititas e Cafajestes mascarados fazem fila em frente à entrada do Baile de Máscaras. E os jogos de olhares, seduções e provocações começa! Dentro do casarão, a luz baixa e música alta preenchem o ambiente criando uma ilusão que não permite ninguém se sentir sozinho.

Ana está distraída contando um não-segredo a uma de suas amigas Pikititas, quando avista um homem alto, esguio, esbanjando virilidade, que olha fixamente em sua direção. Malandro Cafajeste se aproxima aos poucos de Ana, fazendo as Pikititas dispersarem em meio a multidão mascarada entre sorrisinhos bobos, e lança seu olhar cafajestal nível dez diretamente nos olhos da pequena Ana. 

A música parece ter sido escolhida a dedos para o momento. A luz está perfeita. O clima mágico abraça a sintonia de duas pessoas estranhas que, em segundos, tornam-se um casal apaixonado! Aquilo parece não ter fim. A cabeça de Ana explode em visões futuristas. A cabeça de Malandro Cafajeste explode em censura para menores de 18 anos. “Sim, pensa Ana. Ele é um cara que valerá a pena. Ele é um cara legal. Não quero e vou falar que não quero, mas vou acabar me apaixonando”. “Sim, pensa Malandro Cafajeste. Vou falar que estou apaixonado. Será que eu lembrei de fechar a janela do Cafajestinhas.com?”. 

Após muitas badaladas, o DJ encerra o som. As luzes do salão ascendem de forma a cegar a visão dos baladeiros. Ana olha com espanto para a criatura que está parada em sua frente. Sob a luz clara, Malandro Cafajeste é outra pessoa. Seu encanto é apagado com o brilho ofuscante da luz acesa e sua pele ora máscula parece mais rugosa. Ana observa pasma uma metamorfose instantânea acontecendo em sua frente. Os olhos de Malandro Cafajeste saltam como se quisessem pular para fora da sua cabeça achatada. Manchas esverdeadas se propagam pela cútis que ora exalava essência amadeirada. Pequenas verrugas ocupam o espaço que era preenchido por fios de cabelo. E, quando Ana menos espera, Malandro Cafajeste, o possível príncipe da sua vida, desaparece entre saltos e coaxos, esticando sua língua gosmenta a procura de insetos para matar seu apetite de sapo.”

CONTINUA!!!


Um comentário:

  1. SENSACIONAL juzinha

    "Malandro Cafajeste, o possível príncipe da sua vida, desaparece entre saltos e coaxos, esticando sua língua gosmenta a procura de insetos para matar seu apetite de sapo.”

    o jeito q vc escreve é particularmente encantador

    solta logo a terceira parte

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