quinta-feira, 13 de junho de 2013

Poema da morte semeada

E o trêm passou pela última vez

Poema da morte semeada - Por Juliana Andreotti de Barros (junho/2013)



Querido amigo,
Estranho conhecido
Como uma velha canção de ninar
Soando melodia gélida, fúnebre
Meu canto para ti se enterrou
Meu adeus foi o primeiro dos últimos adeuses
-Vá com Deus!
E siga seu caminho bem longe dos meus passos curtos.

Não me chame
Não me chore
Não me traduza
Nunca mais!

Nossa semente em meu coração apodreceu
Vermes enfadonhos corroeram
Minha alma descansada
-Vou partir para meu paraíso merecido
E gozarei da luxúria dos dias que vivi em luto por seu amor de papel!

Querido amigo
Conhecido estranho em frente a meus olhos sem paladar
Velo em silêncio
Ateio fogo em nosso jardim onde jamais houve uma explosão

Não me aproxime
Não me derrame
Não me mencione
Siga vivendo com a morte do ontem que não enxerga o amanhã

Silêncio... Silêncio.... Silencia!
Meu trem se aproxima
Adeus.
Adeus querido amigo
Desconhecido, afinal
Adeus
Adeus
Até Deus

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