segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Paixão póstuma em ascensão


Aproveitando que a inspiração mórbida está a cem por hora! Mais uma poesia para meu mundo sem rimas


Paixão póstuma em ascensão - Por Ana Mohan (setembro de 2013)





"Eu queria me perder no seu sorriso

Mergulhar de cabeça no profundo dos teus olhos famintos

Olhos que mudam de cor

E ocultam uma alma sombria de menino que perdeu a própria fé



Eu queria me deitar sobre seu dorso

Enxugar suas lágrimas de agonia

Lágrimas secas na longevidade da dor que transparece sob teu sorriso ensaiado

Meu menino, meu amante, meu inteiro, nosso!



Eu queria te contar que perdi o controle dessa estranha paixão

Da minha razão que não deveria estar apaixonada

Eu queria me render trezentos por cento

E oferecer meu coração remendado em troca do seu coração despedaçado



Eu tenho medo, meu menino

Eu estou apavorada, meu amante

Em face do abrigo de seu corpo quente após uma tarde de carícias

Eu me enxergo uma platônica amante sedenta por um sentimento que jamais ganhará vida



Então eu morro aos poucos

Por esse drama ridículo em ser poeta que não vive por completo

Então eu mato aos poucos

Por esse desejo sufocante em ter meu mundo em seu pensamento



Eu queria me perder no seu sorriso

Eu queria te contar que perdi o controle dessa estranha paixão

-Eu tenho medo, meu menino, estou morta de medo!-

Eu morri, meu menino, afinal."

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