Mais um post sem pé, cabeça ou coração desta pequena que tenta entender um mundo ao qual ela, definitivamente, não pertence! Mas como consumiu minutos do meu dia, não vou jogar na lixeira virtual!
Aproveitem o que sobrou do meu "eu poético"... já adianto que não foi muita coisa!
Tem dias que preciso fugir da realidade a minha maneira.
Nesses dias gosto de pegar o carro e dirigir sem rumo, embora o destino seja previsível.
Gosto de abrir as janelas do automóvel e sentir o vento bater certeiro no rosto, cortando todos os vínculos com a menina de escritório, dando uma sensação passageira de liberdade incondicional.
Eu gosto de ouvir as músicas mais bregas sobre amor platônico, e gosto de pensar ao olhar pro céu, procurando por respostas que estão mais perto do que finjo não saber.
Então procuro respostas. E encontro mais perguntas. A solução foge do meu alcance, e tudo que posso fazer é continuar sonhando acordada com a pequenina que já habitou meu coração.
Eu tenho saudade dos meus dias de inocência. Não sou tão experiente a ponto de dizer que sei tudo da vida, mas ela se encarregou de colocar bastante pedra, espinho e arame farpado no meu caminho. Cometer erros e repeti-los algumas vezes mais é humano. Chega uma hora que, de tanto se ferrar, é inevitável começar a acertar!
Eu tenho saudade dos meus dias de inocência, da minha pequena que não via maldade em nada. Daquela menininha meiga de tão doce, que veemente acreditava na pureza das coisas e das pessoas. Ah, eu sinto tanta falta dela! (...)
Tem dias que preciso fugir da realidade a minha maneira.
Nesses dias gosto de pensar nos meus amores, nas minhas paixões, nas minhas aspirações, nas minhas inspirações..
Gosto de olhar pra trás e não me arrepender de nada. Gosto de olhar pra frente e não ter medo de nada. Gosto de olhar para os dois lados e saber que estou em companhia de quem queria estar....Já falaram que meu coração é um quebra-cabeça, e digo mais: é um quebra-cabeça com apenas duas peças! O problema surge quando cada peça possui, pelo menos, 500 vértices...fica difícil encaixar!
Eu diria que estou apaixonada. Mas eu sempre fui uma pessoa apaixonada, fica difícil saber!
Eu diria que sou uma pessoa complexa. Mas eu sempre fui uma pessoa complexa, fica difícil estabelecer!
Eu diria que gosto de pessoas intensas. Sentimentos intensos. Sofrimento intenso. Drama intenso. Mas é assim que a vida de um poeta tem que ser! (fica difícil não saber...)
Eu diria que estou envolvida. Mas eu sempre fui uma pessoa envolvida com tudo que acontece em minha volta, fica difícil entender...
Tem dias que preciso fugir da realidade a minha maneira.
Nesses dias gosto de pensar nos meus horrores, nas minhas perdições, nas minhas tentações, nos meus desgostos..
Então sinto uma imensa saudade da minha inocência. Sinto falta de me apaixonar pelas coisas simples e cotidianas. Sinto falta de me apaixonar por primeiras intenções. Sinto falta do inocente pesar da paixão adolescente (inocente até minha época....hoje em dia já não acredito que seja mais assim)....
Apaixonar, se apaixonar, me apaixonar.... E por que bater sempre na mesma tecla? Eu sou uma mulher movida a paixões. Pode ser paixão por um filme, por um livro, por uma lembrança, por uma esperança, por uma coisa tosca, por uma vontade, por uma pessoa, por um chocolate....
A verdade é que à medida que envelhecemos, SE APAIXONAR não é mais tão tentador assim. Estar apaixonado perde um pouco da graça ao longo dos anos, perde sua essência.... Nos velhos tempos a paixão tomava tempo até ser concretizada, até ter uma certeza..e quando essa certeza aparecia, séculos se passavam até alcançar a pessoa ou coisa desejada, e o êxtase da espera era delirante! Hoje tem paixões que duram alguns dias. Tem paixões que duram algumas HORAS! Tem gente que não acredita, mas eu já sofri mal de amor platônico. E não me arrependo. Eu já me apaixonei muito nessa vida, e a maior parte das vezes fui correspondida. Mas essa paixão platônica me fez perder a cabeça. Eu provei do exagero de amor camoniano, da intensidade ridícula de paixonite shakespeariana, de saudade não correspondida de Vinícius de Moraes.... Foi horrível, mas foi a melhor coisa que me aconteceu! Foi o período que minha poesia tomou forma e criou coragem pra dar a cara a bater! No final das contas, fui vítima das minhas próprias fantasias. Plantei amor e colhi versos sangrentos. Depois disso se apaixonar nunca mais teve o mesmo efeito pra mim.
Minha mente é um punhado de trilhos sem direção. Mas todos eles se direcionam pra um lugar comum sempre. Eu escrevo para minha satisfação, para meu prazer, para minha compreensão. Algumas vezes as pessoas encontram algo válido em meio a meus devaneios. A maior parte das vezes não. Esse texto é fruto de uma fuga da minha realidade a procura de mais perguntas que não têm resposta. E em meio a tanta coisa sem sentido, encontrei o sentido que eu procurava pra sensação incomum que me provoca incômodo nos últimos dias.
Talvez eu queira escrever mais. Talvez eu devesse ter escrito menos. Mas nós poetas (nós quem, Juliana?) temos essa vontade inexprimível de manifestar qualquer coisa que seja!
Pra quem não extraiu nada de válido desse texto sem pé nem cabeça, vou deixar uma dica pra não falarem que todo o blábláblá ai em cima foi tempo perdido. É uma dica jargão, e tenho certeza que muitos já ouviram por ai, mas é uma dica: não se apaixone, nunca, jamais!
Tenho dito. Ponto final?
OI Ju, fazia tempo que eu não entrava no seu Blog. E devo dizer que fiquei positivamente impressionado com o seu texto.
ResponderExcluirAcho que que ele evoluiu e amadureceu muito da última vez que tive contato com sua poesia. Eu me identifiquei com muitos pontos que você sitou, a minha maneira, pois sei que impossível sentir o que você sentiu.
Eu sinto que certos sentimentos parecem nos rondar como fantasmas, e o fato de nunca sabermos o que vai dar certo ou não nos deixa numa dúvida eterna.
Talvez nunca saibamos onde isso vai dar, mas tentar e viver essa emoção do incerto já faz tudo valer a pena...
;)
Bjs
De
muito bom Ju! um dos melhores que já escreveu
ResponderExcluircontinue assim linda e inspirada sempre
Juuuuuuuuu, amiga Ju. Primeiramente:
ResponderExcluir"Tu escreves maravilhosamente bem!"... já te disse isso.
Vamos lá:
"Pequeno ensaio para não se apaixonar..."
1, 2, 3...."ensaiando"...(rs)...
Em alguns trechos eu fiz: Ahhhhh...
Em outros trechos eu fiz: Ohhhhh...
E ri e sorri ao ler:
"A verdade é que à medida que envelhecemos, SE APAIXONAR não é mais tão tentador assim..."
(...)
"Eu já me apaixonei muito nessa vida, e a maior parte das vezes fui correspondida. Mas essa paixão platônica me fez perder a cabeça. Eu provei do exagero de amor camoniano, da intensidade ridícula de paixonite shakespeariana, de saudade não correspondida de Vinícius de Moraes..."...
Indiscutível, Ju....e quase (quase, hein?) quase que irreversível este efeito que o tempo nos impõe e arrebata...
Mas enfim.
Estás de parabéns...
E, involuntariamente ao ler-te, veio-me à lembrança a canção de Walter Franco:
É uma dor canalha
Que te dilacera
É um grito que se espalha
Também pudera
Não tarda nem falha
Apenas te espera
Num campo de batalha
É um grito que se espalha
É uma dor
Canalha...
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Juzinha!
ResponderExcluirVocê se superou, texto maduro, excelente escrita, sensível e tenho certeza que muita gente se identificou.
parabéns querida, não prive o mundo da sua poesia!
Amei Ju!
ResponderExcluirju! que lindo!
ResponderExcluir"O problema surge quando cada peça possui, pelo menos, 500 vértices...fica difícil encaixar!"
só 500??? que generosidade! rs
você é ótima!
leia lá o e-mail!
bj
béa
O problema é que quando me apaixonei por voce, voce sumiu, agora continua aquela coisa bonita mas quem tem que sumir sou eu !
ResponderExcluirQuem sabe o destino um dia seja favorável àqueles que desejam realizar sonhos!