segunda-feira, 19 de março de 2012

Poesia dos cinco minutos.

O título do post já faz referência ao nome da poesia. Vários anos sem escrever UMA poesia sequer e hoje os dedos começaram a coçar. É inspiração pro evento dessa semana, tomara!


Dito isso, segue a poesia. Não sei se gostei dela, mas me custou alguns minutos do dia, e não curto desperdício. 


Poesia dos cinco minutos. - Juliana Andreotti de Barros, março de 2012


"Hoje eu queria ver o mar
E dançar. E dançar. E cair de cabeça
Num romance de beira de rio
E cantar. E cantar. E sonhar debaixo de estrelas
Que cintilam um mundo de brilho fosco
E rodar. E rodar. E amanhecer no Central Park
Onde pombos devoram migalhas deixadas por João e Maria.

Hoje eu queria ver o seu Toninho
Que deixou de bater em minha porta
E deixou de me acordar
– Do meu sonho com o mar –

Hoje eu queria ouvir música desafinada
Pra poder apreciar o que faz som a meu ouvido
E poder gritar. E poder gritar. E bater
No teclado do piano. E fazer melodia de bom grado
E poder amar. E poder amar.  E abrir a janela do meu quarto
E ver Hiroshima triunfante
Com o brilho cintilante que foi tirado
Da nova linha de batom da L’oreal.

Hoje eu queria ser criança por um dia
E brincar de “Corre cotia na casa da tia”
 Jogar meu lencinho branco
Pra que ele sujasse de barro marrom
E minha mãe lavasse com sabão OMO
Enquanto eu fazia o dever de casa
Assistindo a Vovó Mafalda
E poder criar. E poder criar. E correr pelos campos floridos
Que passavam nos filmes da seção da tarde.

Hoje eu queria ser criança por um dia
E beijar minha mãe. E abraçar meu pai
E brigar com meu irmão
Que é meu jeito de amar.
E poder deitar. E poder sonhar. E poder acordar
E amar. E amar. E AMAR."


 A foto que inspirou a poesia