Morte e vida, Poesia! (Juliana Andreotti de Barros, dezembro de 2013)
“Meu menino querido
Quantos erros cabem, ainda, a nós?
Quantas lágrimas cair-se-ão para alimentar
Seu calar ensurdecedor
Seu abraço sufocado?
Ah, meu menino
Se soubesses o quanto sangro
Por não poder te amar
Por não poder te encantar
Por não poder te enxergar
Por temor a exaltar com vida
Esse sentimento que me assassina por dentro?
Meus dias ganharam cor
Transbordando na paixão enganosa do teu olhar
Meus sonhos transfiguraram esperanças
Nas promessas ocultas
De nada em troca saber esperar
E no silêncio esculpido em meus versos enfadonhos
-Cantigas de ninar que alimentam seu orgulho soberano-
Eu te amo, eu te encanto, eu te enxergo
Eu exalto com morte
Um sentimento que, covarde, ganha vida.”
espaço reservado aos amigos e entusiastas dos devaneios poéticos e literários da não consagrada autora Juliana Andreotti de Barros: uma cientista em busca de algum sentido para as infinitas sensações da sua vida. Poeta entusiasta. Escorpiana de carteirinha. Cara de anjo nascida no fascinante Halloween, facilmente confundida com uma bruxa, Mohan! ***Todos os direitos de publicação são reservados a autora!***
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
A arte de saber temperar: uma análise des/construtiva do diferencial ‘ser mulher’. (Prólogo)
A arte de saber temperar: uma análise des/construtiva do
diferencial ‘ser mulher’. - Prólogo
Cheguei num impasse literário: escrever ou não sobre os
esclarecimentos de como um relacionamento pode dar certo através de ideais um
tanto machistas - porém indiscutivelmente interessantes - de um experiente
‘mulherengo’ e, no caso, meu atual namorado! (Uó. Rs).
Resumindo o nada óbvio, há alguns dias publiquei em uma rede
social um texto de uma jornalista carioca intitulado “Seja a mulher que seu ex
vai sentir falta”. Gostei do conteúdo por motivos singulares, e decidi
compartilhar com minha gama feminina de amizade virtual (algumas – POUCAS! –
efetivamente reais). Por motivos cem por cento óbvios o dito cujo (podemos dar
nomes aos bois?) saboreou as palavras do artigo e, como se não bastasse, me
emparedou querendo saber os ‘porquês’ e ‘pelos quês’ eu havia gostado e me
identificado tanto do texto, et cetera e tal. Desta forma trocamos uma noite de
filme e pipoca por uma discussão incrivelmente descontraída e divertida, com
pitadas de irritação causadas pela imponência pouco modesta do seu lado
mulherengo, confesso! E quem mandou, Juliana, gostar daqueles que tem um pé no
lado negro cafajeste da força? Mas esse não é o xis DESTA questão.
Desde já tenho certeza que ele não aprovará esse texto, pois
as palavras dele foram bem claras: você só vai fazer parecer bonito e escrever com
suas belas palavras exatamente aquilo que eu te falar! Bom... vem briga
feia por ai, namorado!
(continua!)
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Lei do desapego – a nova fórmula para se apaixonar!
Para encerrar os 2.7 com chave de ouro..... ou não!
Lei do desapego – a nova fórmula para se apaixonar! (por Juliana Andreotti de Barros, outubro de 2013)
“To praticando a Lei do Desapego”. “Não sou de ninguém. Eu
sou de todo mundo. E todo mundo é meu também”. Beijar na boca, pode! Fazer
gostoso, pode! E se apaixonar? Não pode!”.
Estas frases, entre outros versículos musicais manjados,
estão bombardeando as timelines dos solteiros de plantão (e dos compromissados
de plantão, também!). É um tal de “pega, mas não se apega!”, que eu mesma
cheguei a cair nesse conto do vigário: ficar, mas não se apaixonar.
Depois de algum tempo - quando nos encontramos no lado negro
da oposição - é inevitável não olhar com outros olhos os dilemas estabelecidos
por uma sociedade que não acredita mais no amor. É fácil dizer “vamos beijar,
vamos para a cama, mas não vamos nos apaixonar”. Difícil é estabelecer o
período quase imperceptível onde você passou a morrer de amores pelo lado
rival.
Há o lado bom do “descompromisso”?
Sim, e eu mesma poderia citar vários. Mas os anos de experiência me mostraram
que não há desprendimento que pague um abraço apertado, um sorriso estampado nos
lábios (ainda mais porque você é o motivo dele!), um beijo apaixonado, uma tarde no parque
andando de mãos dadas, um filminho no cinema em pleno sábado a noite.
A Lei do Desapego praticada por Thiago Brava. A liberdade de
ser de ninguém pregada pelos Tribalistas. O “Tudo Pode” (mas nada posso!)
intitulado por Sertanejeiros. Entre outros (tantos outros!) são ideais
passageiros e – EXPERIÊNCIA PRÓPRIA – ridiculamente enganosos. A verdade,
diga-se de passagem, é que eu sou uma poeta a favor do “mimimi”,
embora tenha praticado a ferro e fogo as pregações de Thiago Brava.
O “ser de ninguém” é tão vantajoso quanto um pão sem
manteiga. Até certo ponto a gente se engana dizendo que aquele pão murcho e
seco está saboroso. Mas quem é que quer tomar café da manhã com pão murcho e sem
manteiga pro resto da vida?!
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Bolinho de chuva!
Um textículo para uma chuvícula! (a autora).
Bolinho de chuva! (por Juliana Andreotti de Barros - setembro de 2013)
Dias de chuva me remetem à infância.
Que delícia era acordar sob o barulho das gotas de chuva batendo na
calha, roçando na grama, escorregando devagarzinho pelo verde-capim do jardim
no fundo de casa. E o cheirinho da terra molhada, do barro recém-alimentado, da
lama convidativa para servir de palco na propaganda do Omo?
Em dias de chuva a gente acordava tarde. Em dias de chuva a gente
tomava leite debaixo de cobertor. Em dias de chuva a gente enrolava pra ir pra
escola. Em dias de chuva a gente ficava mais carinhoso. Em dias de chuva a
gente se protegia. Em dias de chuva a gente aprendia a amar. Em dias de chuva a
gente virava gente grande. Em dias de chuva a gente rezava pro Papai do Céu com
mais fé. Em dias de chuva a gente vivia com mais intensidade. Em dias de chuva
a gente ia comer bolinho de chuva na casa da “vózinha”.
Ser adulto em dia de chuva não tem tanta graça. Com a rara exceção
daquele domingo a tarde, chuvoso, que você está bem acompanhado - com direito a
pipoca e filme água-com-açúcar - a chuva no mundo dos adultos é sinônimo de
desesperança. É sinônimo de tristeza. É sinônimo de blasfêmia.
Em dias de chuva a gente acorda cedo e tem que levantar. Em dias de
chuva a gente trabalha. Em dias de chuva a gente se estressa com o trânsito que
fica violento. Em dias de chuva a gente não reza, a gente xinga! Em dias de
chuva a gente odeia. Em dias de chuva a gente vive com vontade de morrer platonicamente.
Em dias de chuva a gente briga com o melhor amigo. Em dias de chuva a gente
come aquela bolacha murcha que estava aposentando no fundo da gaveta do
escritório.
Tic, tic, tic. Ping. Ping. Ping. Tac, tac, tac. Ping. Ploft. Bum!
E a chuva intemperizou meu coração poeta. E a chuva desconfigurou minha alma
menina. E a chuva apodreceu o bolinho de chuva da minha avó!
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Paixão póstuma em ascensão
Aproveitando que a inspiração mórbida está a cem por hora! Mais uma poesia para meu mundo sem rimas
Paixão póstuma em ascensão - Por Ana Mohan (setembro de 2013)
"Eu queria me perder no seu sorriso
Mergulhar de cabeça no profundo dos teus olhos famintos
Olhos que mudam de cor
E ocultam uma alma sombria de menino que perdeu a própria fé
Eu queria me deitar sobre seu dorso
Enxugar suas lágrimas de agonia
Lágrimas secas na longevidade da dor que transparece sob teu sorriso ensaiado
Meu menino, meu amante, meu inteiro, nosso!
Eu queria te contar que perdi o controle dessa estranha paixão
Da minha razão que não deveria estar apaixonada
Eu queria me render trezentos por cento
E oferecer meu coração remendado em troca do seu coração despedaçado
Eu tenho medo, meu menino
Eu estou apavorada, meu amante
Em face do abrigo de seu corpo quente após uma tarde de carícias
Eu me enxergo uma platônica amante sedenta por um sentimento que jamais
ganhará vida
Então eu morro aos poucos
Por esse drama ridículo em ser poeta que não vive por completo
Então eu mato aos poucos
Por esse desejo sufocante em ter meu mundo em seu pensamento
Eu queria me perder no seu sorriso
Eu queria te contar que perdi o controle dessa estranha paixão
-Eu tenho medo, meu menino, estou morta de medo!-
Eu morri, meu menino, afinal."
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