terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ESSE CARA PODE SER VOCÊ!


(pausa na saga “Contos de Bruxa” para manifestar uma grande indignação desta pequena ex-tusiasta).

Uma coisa que até agora não entrou na minha cabeça é como a mulherada MODERNA está delirando tanto com a velha música “Esse cara sou eu” do tão aclamado Rei Roberto. Que fique muito claro que não estou questionando toda a soberania do cantor no assunto MPB. Eu praticamente cresci (ok, não cresci TANTO, mas esse assunto não está em pauta!) ouvindo “Como vai você”, entre outros, junto ao LP empoeirado de minha mãe - grande entusiasta da causa - e aprendi a gostar do som que era manipulado em meus tímpanos.

Então vem a Globo com mais uma soap opera improdutiva e lança a velha guarda do Rei como tema romântico de um casal que todo mundo sabe que vai ficar junto e viver feliz para sempre.

Eu não assisto novela, com exceção de casos onde tenho que interagir socialmente com pessoas que estão com a Globo conectada no fatídico horário nobre. Então após meses e meses do Hits ser relançado eu fui obrigada a ouvir a tão aclamada música “Esse cara sou eu”. JURO, mas JURO do fundo do meu coraçãozinho poeta que ainda acredita no amor e no príncipe encantado, que não compreendi o motivo do sucesso da tal música. Pra começo de conversa, a melodia é nauseante. Pra segundo começo de conversa, a melodia não é melodia. Pra terceiro começo de conversa, gentemmmmm, que p*** de letra de música é essa? Como eu estava ocupada demais em detestar a melodia da música, não prestei tanta atenção na letra em si. Então graças ao meu best friend Google fiz uma busca e encontrei a letra da música em um site. WTF?!

Podem me chamar do que quiser. Lá no fundo eu sou uma menininha que acredita um dia conseguir encontrar um príncipe banguela, vesgo, levemente corcunda, com muita sorte! Mas admitir ou reconhecer que existe um cara assim é querer forçar a amizade, colega!

“Ahhhh Juliana você não sabe do que está falando pq vc nunca encontrou um cara assim. Meu namorado/marido é perfeito igual o cara da música”.

“Bom, amiga, sorte a sua! Só procure um psicólogo talvez, pq esse cara não é real”.

O príncipe moderno é malandro. Ele fala que te ama, mas vai ser a causa do seu choro. Ele abre a porta do carro pra você, mas fecha a porta do coração. Ele pensa todas as noites em você...... melhor não, Juliana! Ele é seu melhor amigo, então não confie nele pois ele vai usar seus segredos contra você. Ele estará do seu lado pro que der e vier, até que você não invada o espaço dele. Ele ama você do seu jeito, mas se você mudasse para o jeito que ele quer, ele amaria milhões de vezes mais.
O cara cafajeste Vinícius de Moraes. O cara errado de Luis Fernando Veríssimo. O “sou foda” da música do Pente.... ESSE CARA sim PODE SER VOCÊ! 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Contos de Bruxa (parte 4): A lenda da princesa encantada!


O capítulo de hoje é dedicado a um querido amigo, morador do obscuro reino do Cafajestal. Os leitores que estão acompanhando o desastre da saga narrativa estão me surpreendendo com ótimas dicas, ideias, críticas... minha ex-critora interior está em festa!

Após os três primeiros capítulos que contam um pouco das desventuras amorosas da princesa/bruxa Ana Mohan, um amigo chamou a minha atenção para o caso onde os possíveis “Malandros Cafajestes” também são vítimas das princesas que se transformam em bruxas. Como esse departamento não é minha especialidade, peguei algumas dicas com representantes natos da espécie anfíbio para tentar escrever o quarto capítulo desta fábula do mundo Pikitístico! Malandros Cafajestes, Sapos, Falsas princesas e queridas Pikititas, espero de coração que adorem mais este Conto de Bruxa!

Esta é uma história sobre príncipes, princesas, sapos e bruxas. Um conto de fadas exatamente conforme manda o figurino!

“Era uma vez, há muitos e muitos anos, um Príncipe chamado MC. Príncipe MC morava num território neutro, o reino da Ilusão, situado entre dois famosos reinos da região: o reino encantado da Pikititolândia e o obscuro reino do Cafajestal.

Príncipe MC era um homem íntegro, viril, ganancioso, repleto de aspirações. Mas seu maior desejo era encontrar uma princesa para compartilhar uma vida a dois, uma união onde a soma equivalesse a unidade.

Uma bela tarde Príncipe MC resolveu sair para correr, seguindo rumo a Lagoa da Ilusão. Ao se aproximar da Lagoa, avistou de longe uma criatura angelical com rosto de mulher. Os raios de sol pareciam convergir diretamente para ela, ofuscando a visão da completa harmonia e, por isso, Príncipe MC decidiu se aproximar com cuidado para não assustar a criatura divina. Num breve sobressalto, Bruxakitita olhou para cima e avistou aquele homem que esbanjava virilidade. Os olhares de Príncipe MC e Bruxakitita se cruzaram e congelaram no tempo (por Segundos? Minutos? Horas? Dias?). A tensão entre os dois era completamente palpável. O coração de Príncipe MC formigou. Os lábios de Bruxakitita se contraíram. Em poucos milésimos de segundos dois indivíduos estranhos formaram um casal apaixonado. Príncipe MC havia encontrado a sua metade para tornar Princesa. E os dois NÃO viveram felizes para sempre.

Príncipe MC devotou todo seu carinho a Princesa Bruxakitita, que por sua vez arrancou o coração de Príncipe MC e escondeu em algum lugar situado no vasto reino da Ilusão. Nunca mais ouviu-se notícias sobre Princesa Bruxakitita. Diz a lenda que ela fugiu rumo ao reino encantado da Pikititolândia e lá permaneceu, disfarçada de princesa entre as demais Pikititas do reino.

Após o episódio onde Príncipe MC teve seu coração arrancado por uma falsa princesa, ele retornou a Lagoa da Ilusão e convocou todos os sapos que habitavam o local para unirem forças e dominar um obscuro reino localizado nos arredores. Príncipe MC sem coração tomou posse do reino do Cafajestal, tornando-se oficialmente o Sapo alfa Malandro Cafajeste.
Devido aos rumores sobre a falsa princesa Bruxakitita estar foragida no reino encantado da Pikititolândia, o ex-príncipe (atual Sapo Alfa Malandro Cafajeste) reuniu todo seu poder para acabar de uma vez por todas com o mágico e calmo reino encantado da Pikititolândia, e todas as Pikititas que o habitam. Uma a uma, Malandro Cafajeste não irá sossegar até encontrar aquela bela bruxa disfarçada de princesa que arrancou seu nobre coração e que transformou seu belo príncipe em sapo faminto por vingança.”


‘Ana, Ana, vamos ver se entendemos? A razão de existir tanto Sapo Cafajeste nesse mundo é porque estes mesmos foram vítimas de Falsas Princesas que na verdade eram Bruxas?’
‘Não, queridas Pikititas. Eu contei uma história sob o ponto de vista de um Sapo Cafajeste. A fábula existe para ser enfeitada. Cabe a cada uma de vocês descobrirem se encontraram um Ex-Príncipe ou um Autêntico Sapo sem genes de realeza. Boa sorte na caça ao Sapo!’.

CONTINUA!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Contos de Bruxa (parte 3) – O cafajeste ideal!


(...)Essa é a história de um escorpião que acidentalmente virou refeição para anfíbios(...)

Então Ana Mohan pergunta a você, caro leitor, “Cafajeste ideal!”?

“Era uma vez um pequeno escorpião que acidentalmente cruzou com um aquário repleto de sapos em seu caminho. Sol a pino, o escorpião caminhando há dias sem um gole d’água. O sapo alfa do aquário, linguarudo por natureza, pula em frente ao pequeno escorpião e tenta persuadi-lo a se refrescar um pouco junto aos outros sapos. O escorpião, desconfiado por natureza, teme que as intenções do sapo linguarudo sejam outras. Mas o calor está sufocando o pequeno escorpião, e o sapo alfa parece estar sendo sincero. ‘Vamos, escorpiãozinho, entre! Eu sou legal. Ninguém vai machucar você. Entre no aquário, se refresque!’. Os demais sapos que habitam o aquário incentivam o pequeno escorpião. ‘Venha, venha! Sapo alfa gostou do pequeno escorpião. Nada poderá te machucar. A água está tão fresquinha...’. O pequeno escorpião não resiste a tentação e entra no aquário, acompanhado do sapo alfa. Sapo alfa faz de tudo para o pequeno escorpião espantar o mal-estar do clima desértico de onde veio. Sapo alfa convence o escorpião que dentro do aquário ele estará seguro. O pequeno escorpião passa a confiar em sapo alfa e nos demais sapos que habitam o aquário. ‘Sim, pensa o pequeno escorpião, talvez essa relação com anfíbios seja uma boa ideia!’. Alguns dias se passam, e a harmonia no aquário não podia ser mais ideal. Semanas se passam, meses se passam. O pequeno escorpião percebe que há algo errado com os sapos do aquário. Eles parecem famintos, e não há insetos circulando por aquela região. ‘Talvez seja hora de partir’, pensa o escorpião, mas já é tarde demais! Sapo alfa com sua língua certeira e experta ataca o pequeno escorpião, levando-o para dentro de sua boca em milésimos de segundos. Sapo alfa, entretanto, se esqueceu de que o pequeno escorpião é um inseto venenoso, e sua picada pode ser mortal! Centésimos de segundos após ter sido engolido, o pequeno escorpião sai ileso da boca de Sapo alfa, com exceção talvez de algumas feridas causadas pela língua pegajosa do anfíbio traidor. A picada do escorpião deixou a língua de sapo alfa tão inchada, que sapo alfa mal conseguiu avistar aquele pequeno escorpião enquanto ele saia do aquário e seguia rumo ao deserto seco, seguro, isento de anfíbios.”

Ana, Ana! Conta logo pra gente vai.... existe cafajeste ideal?

Está bem, Pikititas, mas prestem atenção: no obscuro reino da Sapolândia, ideal é aquele que assume sua natureza. É o sapo que não nega ser sapo. É o anfíbio que confessa que vai engolir você antes que você decida entrar no aquário...
...Continua!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Contos de Bruxa (parte 2) – O sapo encantado na balada

Dando sequência ao devaneio que teve início ontem, devido a repercussão positiva após o primeiro post do Projeto de Narração e graças aos pedidos de amigos pela segunda parte dessa es-tória sem pé nem cabeça, segue o segundo "capítulo" das desventuras amorosas da bruxa/princesa Ana Mohan!


Contos de Bruxa (parte 2) – O sapo encantado na balada

"Noite de festa no território neutro situado entre o reino da Pikititolândia e o obscuro mundo do Cafajestal. O baile é de máscaras. O final do dia promete grandes emoções... afinal é sexta-feira, e tudo pode acontecer!

O relógio do alto da torre soa 6 badaladas. O baile de máscaras começará em 4 badaladas.

Enquanto isso, no reino da Pikititolândia, Ana e suas amigas começam os preparativos para a noite. O banho. As fofocas. A escolha premeditada da roupa. As aspirações. Os sapatos para combinar. As fofocas. O glamour do cabelo. Os desejos. A maquiagem. As expectativas para conhecer O príncipe. O esmalte cuidadoso nas unhas. Mais fofocas. O perfume. Na oitava badalada e meia as Pikititas encontram-se completamente prontas, com exceção do batom rouge nos lábios volumosos. Ansiosas pelas surpresas que a noite COM TODA CERTEZA RESERVA.

O relógio do alto da torre soa 6 badaladas. O baile de máscaras começará em 4 badaladas.

Enquanto isso, no obscuro reino do Cafajestal, Malandro Cafajeste e seus “bródi” chegam ao terceiro pub da noite. A cerveja. Os lances do último jogo. A cerveja. Os lances do penúltimo ano. A cerveja. Os lances do antepenúltimo jogo. A cerveja. As mulheres que não são deles. A cerveja. Os lances do jogo de 1964. A “glamurosa” que entrou no pub. A cerveja. Casa-banho-a primeira roupa limpa do armário-perfume-topete-sorriso maroto to me achando. Meio segundo antes da décima badalada os Cafajestes encontram-se completamente prontos, com exceção da última espiada no site “Cafajestinhas.com”. Ansiosos pra saber se o Cafajestemóvel vai funcionar desta vez. 

O relógio ao alto da torre soa 10 badaladas.

Pikititas e Cafajestes mascarados fazem fila em frente à entrada do Baile de Máscaras. E os jogos de olhares, seduções e provocações começa! Dentro do casarão, a luz baixa e música alta preenchem o ambiente criando uma ilusão que não permite ninguém se sentir sozinho.

Ana está distraída contando um não-segredo a uma de suas amigas Pikititas, quando avista um homem alto, esguio, esbanjando virilidade, que olha fixamente em sua direção. Malandro Cafajeste se aproxima aos poucos de Ana, fazendo as Pikititas dispersarem em meio a multidão mascarada entre sorrisinhos bobos, e lança seu olhar cafajestal nível dez diretamente nos olhos da pequena Ana. 

A música parece ter sido escolhida a dedos para o momento. A luz está perfeita. O clima mágico abraça a sintonia de duas pessoas estranhas que, em segundos, tornam-se um casal apaixonado! Aquilo parece não ter fim. A cabeça de Ana explode em visões futuristas. A cabeça de Malandro Cafajeste explode em censura para menores de 18 anos. “Sim, pensa Ana. Ele é um cara que valerá a pena. Ele é um cara legal. Não quero e vou falar que não quero, mas vou acabar me apaixonando”. “Sim, pensa Malandro Cafajeste. Vou falar que estou apaixonado. Será que eu lembrei de fechar a janela do Cafajestinhas.com?”. 

Após muitas badaladas, o DJ encerra o som. As luzes do salão ascendem de forma a cegar a visão dos baladeiros. Ana olha com espanto para a criatura que está parada em sua frente. Sob a luz clara, Malandro Cafajeste é outra pessoa. Seu encanto é apagado com o brilho ofuscante da luz acesa e sua pele ora máscula parece mais rugosa. Ana observa pasma uma metamorfose instantânea acontecendo em sua frente. Os olhos de Malandro Cafajeste saltam como se quisessem pular para fora da sua cabeça achatada. Manchas esverdeadas se propagam pela cútis que ora exalava essência amadeirada. Pequenas verrugas ocupam o espaço que era preenchido por fios de cabelo. E, quando Ana menos espera, Malandro Cafajeste, o possível príncipe da sua vida, desaparece entre saltos e coaxos, esticando sua língua gosmenta a procura de insetos para matar seu apetite de sapo.”

CONTINUA!!!


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Contos de Bruxa (parte um) - Introdução


Contos de Bruxa - parte um!

Intro: Essa é uma saga sátira que decidi fazer graças ao incentivo de muitos amigos! é um projeto de narração - que, como TODO MUNDO SABE, não é minha praia! mas achei o desafio válido e divertido... vamos ver quais águas vão rolar! Decidi nomear "Contos de Bruxa"  (tudo a ver comigo, nada a ver com ninguém).... espero de coração que gostem e se divirtam com as histórias malucas que vou procurar contar por aqui. Algumas reais, algumas inventadas, algumas parte de minha vida, algumas parte de vidas alheias!. Ótima desventura a todos!!

Esta é a história da menina que beija príncipes que se transformam em sapos. Se você acredita na lenda do sapo que vira príncipe, por favor, interrompa a leitura AGORA!

"Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma princesa chamada Ana Mohan. Ana morava no reino encantado da Pikititolândia, uma pequena área afastada do obscuro reino do Cafajestal, repleta de magia, córregos cristalinos, campos floridos e árvores de algodão doce. Um belo dia a pequena Ana resolveu sair para caminhar, seguindo rumo a Lagoa da Ilusão, situada exatamente na metade do caminho entre o reino encantado da Pikititolândia e o obscuro reino do Cafajestal. Ana permanecia sentada a beira da lagoa, apreciando as belezas naturais que o lugar reservava, quando uma presença estranha distraiu seus pensamentos. Ana olhou para cima e, contra os raios de sol, avistou um homem alto, esguio, esbanjando virilidade. O homem sentou-se ao lado da doce Ana, sem falar uma palavra, e ali ficaram por horas se entreolhando. A tensão entre os dois era quase palpável. E num intervalo de milésimos de segundos suas boas formavam um beijo. De repente o céu nublado se abriu em sol. As flores murchas do outono ganharam vida. Um acontecimento único na vida de duas pessoas que mal se conheciam, e tanto tinham em comum. E os dois viveram felizes para sempre.... SÓ QUE NÃO!" (continua...)

Próximos capítulos em breve, aguardem!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Pequeno ensaio para se apaixonar!


Para começar o post, deixo aqui meu FELIZ 2013 a todos!!! Esse ano não tive saco, tão menos inspiração, para escrever um texto refletindo sobre o ano que se encerrou. Quem me conhece sabe que picos de inspiração são raros, e o final de 2012 não reservou auto-agonia suficiente para inspirar um texto caótico regado a drama. De forma geral 2012 foi um ano extremamente bom!

Dito isto, é do conhecimento da maioria de vocês o texto que escrevi intitulado “Pequeno ensaio para não se apaixonar” no final do último ano. Esse texto teve uma repercussão muito satisfatória, e algumas pessoas sugeriram que eu escrevesse um texto contrário: PEQUENO ENSAIO PARA SE APAIXONAR. 

Paixão é um assunto complexo, até muito mais que AMOR no meu ponto de vista atual. Eu não tenho ideia como escrever um texto desse porte, mesmo se tratando de uma pessoa que se apaixona o tempo todo por diversas coisas (algumas vezes podendo envolver uma pessoa).

Pensei em abordar de forma sarcástica (Juliana usando sarcasmo? Conte uma novidade agora!). Pensei em escrever sobre como a Juliana se apaixona por algo ou alguém (mas seria um post infinito porque eu sou uma pessoa complexa, e cada coisa ou pessoa me apaixona de um modo completamente singular). Pensei em escrever uma única linha: “não há fórmulas para se apaixonar! Ponto final? Será.”. Depois pensei “por mais que não haja fórmula para se apaixonar (e realmente não há!), talvez os amigos que pediram esse tipo de texto queiram ver algo do tipo ‘Pequeno ensaio para não se apaixonar’ por outro ângulo, afinal também não existe fórmula para não se apaixonar”.  Pensei em tanta coisa e não cheguei a resultado algum. 

Eu posso estar apaixonada por algo ou alguém e fico remoendo quais motivos, razões ou circunstâncias poderiam ter me levado a tal sensação e não encontro nada que possa ser traduzido em palavras.
Eu já me apaixonei por pessoas que não tinham absolutamente nada em comum comigo. Eu já me apaixonei por pessoas que tinham absolutamente tudo a ver comigo....
UM PEQUENO AVISO ANTES DE CONTINUAR ESSE POST: eu detesto censura! Se existe uma coisa que amo em poder escrever é não precisar medir as palavras. Por algum tempo eu me autocensurei em respeito a algumas pessoas, mas hoje não há mais motivos para isso. Eu sou SIM exagerada e nem tudo o que escrevo tem relação direta com a minha vida ou minha pessoa: INVENTAR é a palavra, ENFEITAR A SITUAÇÃO é a frase! Posto isto, de volta a paixão!

... Eu já me apaixonei por pessoas que não tinham absolutamente nada em comum comigo. Eu já me apaixonei por pessoas que tinham absolutamente tudo a ver comigo.... Eu já me apaixonei por altos, baixos, magros, gordos, bonitos, feios, morenos, loiros... Quem não se lembra daquela parlenda “loiro, moreno, careca, cabeludo, rei, capitão, soldado, ladrão... estrelinhas em ação!” não sabe então do que estou falando!

Era uma vez uma princesa que estava “de boa na lagoa”. Então um príncipe apareceu no brejo e ela o beijou. O príncipe virou sapo. E o rebuliço todo começa aí!
Então a princesa se apaixona, começa a escrever poesias e textos que fazem sentido para o mundo dela e descobre que não existe sentido para estar apaixonada. E por que se apaixonar então? Por que carregar um sentimento que deixa seu estômago amargo, seu coração amarrotado, sua boca seca pelo desejo da outra boca, seus sentidos aguçados pela presença alheia? Por que alimentar esse sentimento parasita que só suga sua essência e não oferece nada em troca? Por que dar asas a uma sensação que talvez não queira sair do chão?

Para NÃO responder essas perguntas é que estou escrevendo esse post. Estar apaixonado é uma droga. Por outro lado, estar apaixonado é realmente uma droga. E quer saber o que a Juliana acha? Estar apaixonado é absolutamente inspirador, é porreta e só não é melhor porque não é doce: é azedo!

Estar apaixonado tira seu sono. Estar apaixonado tira seu apetite. Estar apaixonado tira sua paz de espírito. Estar apaixonado tira o tesão pelo não estar apaixonado. Estar apaixonado deixa a pessoa mais bonita, e como deixa: mesmo mais magro, mesmo com olheiras, mesmo vazio por dentro, a paixão ilumina o ser apaixonado do lado de fora de tal forma que é visível a olho nu!

Paixão correspondida. Paixão não correspondida. Não é isso que está sendo discutido aqui. Estar apaixonado faz alusão a um único e pobre indivíduo, sem a implicação de que a razão do seu sentimento possa estar se sentindo da mesma forma. 
Eu acredito que amar é muito mais fácil: amor por um filho, amor pelos pais, amor pelo irmão, amor pelos amigos – é um sentimento muito mais comum, conhecido, que não dá medo. A paixão é amedrontadora, é devassa e avassaladora (Drama MODE ON).
Mesmo assim para as pessoas, amigos, conhecidos que vem me pedir conselhos sobre “correr o risco de se apaixonar”, a Juliana aqui funciona como um atalho para o suicídio imediato, pois eu sou a favor da paixão – por pior que seja eu sempre incentivo as pessoas a se apaixonarem. 

Não sei se dei algum sentido para esse texto, mas meu amado Vinícius de Moraes fez o grande favor de escrever uma poesia que resume para mim a essência desse texto sem pé, sem cabeça, sem pescoço e sem coração!

Encerro meu texto com as palavras do grande muso, e espero que todos extraiam a mensagem explícita!

Como dizia o poeta (Vinícius de Moraes)
“Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu 
Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não 
Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir 
Eu francamente já não quero nem saber 
De quem não vai porque tem medo de sofrer 
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão”