segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Para a menina de olhos castanhos (Poesia)

A poesia de hoje é resultado de uma nova experiência e, quem sabe, um novo projeto!

É resultado, também, do incentivo, críticas e elogios vindos de diversos leitores da minha pequena "antologia". Minha "poeta interior" está dando pulos de alegria com a repercussão de seus últimos versos, e nunca teve tanta coragem de dar a cara a bater! Estou feliz demais por poder ver minha poesia tímida criar vida e tocar o coração de pessoas que conheço (e de pessoas que não conheço também!!!! AHÁAAAAA). Não existe gratidão maior que os comentários e e-mails que andei recebendo nas últimas semanas! Obrigada meus queridos leitores!



Para a menina de olhos castanhos - Por Ana Mohan (Dezembro de 2012)

"Não me olhe assim,
Minha pequena,
Seu olhar é meu tormento
Desconforto violento
Segue rumo à escuridão.

Não me beije assim,
Minha pequena,
Seu sabor é embriagante
Desconforto excitante
Segue rumo à solidão.

Não provoque assim,
Minha pequena,
Este medo me persegue
Me aflige e me apetece
Perigo! Perigo! E salvação.

Não me falte assim,
Minha pequena,
Teimoso eu sou
Obediente seja!
Metade sou teu, metade sou razão.

Corra pro meu abraço,
Afaste meu corpo em chama
Grite! E finja que me ama
Atire as cinzas no castanho de seus olhos famintos
-Seu olhar que me consome
Seu olhar que intimida
Seu olhar que me espanta
Seu olhar que apaixona
Seu olhar que me apavora
Seu olhar que vai embora
Seu olhar que me devora-

Minha menina dos olhos castanhos
Minha pequena com alma de poeta
Minha tortura em forma de mulher
Minha paz em busca de tormento
-Ah, se minha fosse, menina doce do olhar azedo
Rasgar-lhe-ia a vergonha 
Revelando o seu segredo!
-Ah, se minha fosse, menina azeda da pele doce
Rasgar-lhe-ia a pureza
Derramaria meu desejo!

Minha menina do olhar que aquieta
Minha pequena com vício de poeta
Minha doçura em forma de poesia
Minha menina segredo. 
Minha, minha!
Constantemente nossa..."






quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Anti Pró-Verb(i)o Paixão

Surtos de inspiração causados pelo sentimento mais clichê da vida de um poeta. Apresento-lhes Ana Mohan, nome artístico (provisório ou definitivo, só o tempo vai dizer) da autora deste Blog, inspirado pela ajuda de um grande amigo cujo nome permanece no anonimato!

Na sequência mais uma poesia fruto desta imaginação com fonte inesgotável! 

Uma poesia não clichê para um sentimento incomum. Deleitem-se, queridos leitores, com mais um devaneio emocional desta pequena incompreendida!


“Sinto pena daqueles que nunca tiveram o coração dilacerado por um amor não correspondido.
A pior sensação do mundo pode ser a mais prazerosa para um poeta que estava perdido procurando borboletas em jardim que só havia mariposas!” (Juliana Andreotti de Barros)

Anti Pró-Verb(i)o Paixão - por Ana Mohan (Dezembro de 2012)

"Estou à beira da loucura regozija 
Gozando de uma insana paixão
Ora minha, ora tua 
Ora desesperadamente nossa

Paixão secreta, malandra, dolorida
Limitada pela segurança mesquinha do medo
Limitada pelo preço de um coração que pode vir a sangrar
Sufocada pelo aperto de cada adeus
Renascida na esperança de cada olhar atormentado por minha presença

Paixão que não faz sentido
Paixão que não permite deixar-se boba
Paixão que morre durante o dia
-E incomoda no calar da noite-
Paixão que escreve versos bobos
Paixão sem evidências
Paixão que não tem vítima
Paixão sem testemunhas
-Será paixão só minha?-

Estou morrendo por dentro
Nesta aflição apaziguante em querer o teu sorriso
Estou mais viva por fora
Neste alívio que atormenta meu desejo sem juízo

Te quero sem limites
Te quero sem censura
Quero-te por inteiro
Quero cada qualidade
Quero todos os defeitos
Quero-te por que te quero
Nesse doce devaneio meu, teu, inteiramente nosso!

Estou desarmada contra essa paixão que me consome
Em meio a tantas possibilidades
Tantos horizontes convidativos
Eu quero seguir uma única direção
Que me leva para longe do seu olhar veemente
Para perto do seu coração aterrorizado
Para um mundo onde não existe verdade absoluta

Estou amargurada contra esse aperto que me consome
Entregue a este pelejo 
Onde eu não sou, onde tu não és
Onde nosso mundinho construído de lembranças remotas
Tão presentes, tão irreais
É cercado de perguntas
Isento de respostas amedrontadas

Corra meu querido!
Cubra meu corpo em chama com seu manto gélido
Dilacerado pelo medo
Entrecortado pelo anseio
Corra meu querido!
Envolva meu tormento com seus lábios ardentes em desespero
Golpeie minha razão
Abrace minha ilusão angustiada

Nesse jogo de faz-de-conta
De segredos igualmente compartilhados
Você é todo meu
Você é todo pecado
Nesse jogo de faz-de-conta
De vontades igualmente intensificadas
Eu sou o que você fizer de mim
Eu sou razão apaixonada."