quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Poema para o menino com os olhos que mudam de cor

Uma vellha poesia para uma nova escritora!
Ou uma nova poesia para uma velha escritora?

"Ser ou não ser, eis a SOLUÇÃO". No Carpe Diem de cada dia, "deixando a vida me levar" como uma velha boêmia que nunca fui!


Poema para o menino com os olhos que mudam de cor - por Juliana Andreotti de Barros (todos os direitos de publicação são reservados a autora!)

"Ele tem jeito de menino moleque
Cabeça de homem sofrido
Corpo de academia mal feita
Olhos que mudam de cor
Alma que muda de cor
E uma boca que induz ao pecado
(Ele é o certo no caminho que me leva ao errado!)

Ele me enxerga sem pudor
Me despe inteira com seu olhar malicioso
Me interpreta com sua sabedoria popular
Me inquieta com suas mãos experientes
Me fascina com sua paixão esquizofrênica
(Ele me domina e me faz inconseqüente!)

Ele me chama de menina mimada
E escreve versos de amor rabiscados em caligrafia errônea
Ele me faz rir como criança, de tirar o fôlego!
E destrói meu fôlego de mulher menina madura
(Ele me intriga! E eu o quero sem censura.)

Ele desenha cicatrizes em minha boca com seu beijo ardente em febre
E critica a falta de cicatrizes em minha razão ardente em pecado
E exige me ter por inteira, mesmo que o inteiro seja apenas faz-de-conta
E acalenta meu coração com promessas de não existir um amanhã incerto
(Ele me escapa! E eu o quero sem decerto.)

Menino experiente com os olhos que mudam de cor
Homem malandro com ginga desafinada em melodia estonteante
Príncipe ou sapo,
Aprendiz ou professor,
Não vá embora! Não seja presente!
Minta para mim como quem se mente
E arda em meu corpo regozijo para manifesto do nosso primeiro adeus."


terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Melô da Juliana – MC poética

Melô da Juliana – MC poética

Há alguns dias escrevi um texto sobre a velha famosa música do rei Roberto, “Esse Cara Sou Eu”. A repercussão desse texto foi tão boa que minha inspiração até decidiu entrar com pedido de aposentadoria e foi passar algum tempo na terra da razão. Hoje ela retornou, quem sabe, ainda fraca e cansada de sua folga, menos apaixonada que nunca, e decidiu atender aos pedidos de leitores queridos e fiéis que andaram protestando a ausência de novos devaneios da ex-critora Juliana.

Concomitante ao sucesso da música sobre um cara que NÃO EXISTE, a nação brasileira foi presenteada com “Amor de Chocolate” e “Se eu te pego, te envergo”: duas obras-primas de tamanha qualidade sobre a realidade dos sexos que já ultrapassaram o Calhambeque do rei com seus Camaros Amarelos, deixando para trás qualquer sabor de inocência vislumbrada e apaixonante.

Eu acredito que o funk é uma espécie de poesia para aqueles que não possuem a capacidade poética e de compreensão literária de Vinícius de Moraes. O nível de cafajestice, safadeza e desejo carnal entre uma letra de música de “MC pancadão” e a doce poesia do meu eterno muso é exatamente o mesmo. O que diferencia essas duas gerações é o público que elas atingem (e, às vezes, nem isso!). Entre “Amor de Chocolate” e “Para uma Menina com uma Flor”, entre “Se eu te pego, te envergo” e “Soneto à lua”, a diferença está na integridade das mensagens subliminares nos versos de Vinícius.

O sexo masculino que me perdoe (ou não!). Meus amigos que me relevem! E meus familiares que, por favor, não estejam lendo isso! Mas eu já fui uma donzela sonhadora que acreditou num príncipe encantado com direito a cavalo branco e final feliz. Hoje prefiro ser uma gazela sagaz que acredita num sapo às avessas com direito a caranga tunada e final (quase) imediato.

Entre “o herói esperado por toda mulher” e o CARA que “te pega e te enverga”, entre o CARA que “te espera sorrindo” e o CARA que “te espera com o corpo quente, suado, melado”, entre o CARA que te dá sono e o CARA que tira o seu sono, entre o óbvio demais e o excitante demais, ficaremos com a TERCEIRA OPÇÃO, sempre!