quinta-feira, 13 de junho de 2013

Poema da morte semeada

E o trêm passou pela última vez

Poema da morte semeada - Por Juliana Andreotti de Barros (junho/2013)



Querido amigo,
Estranho conhecido
Como uma velha canção de ninar
Soando melodia gélida, fúnebre
Meu canto para ti se enterrou
Meu adeus foi o primeiro dos últimos adeuses
-Vá com Deus!
E siga seu caminho bem longe dos meus passos curtos.

Não me chame
Não me chore
Não me traduza
Nunca mais!

Nossa semente em meu coração apodreceu
Vermes enfadonhos corroeram
Minha alma descansada
-Vou partir para meu paraíso merecido
E gozarei da luxúria dos dias que vivi em luto por seu amor de papel!

Querido amigo
Conhecido estranho em frente a meus olhos sem paladar
Velo em silêncio
Ateio fogo em nosso jardim onde jamais houve uma explosão

Não me aproxime
Não me derrame
Não me mencione
Siga vivendo com a morte do ontem que não enxerga o amanhã

Silêncio... Silêncio.... Silencia!
Meu trem se aproxima
Adeus.
Adeus querido amigo
Desconhecido, afinal
Adeus
Adeus
Até Deus

terça-feira, 11 de junho de 2013

Procura-se um amor com barriga de cerveja

Um lindo texto em homenagem ao dia dos namorados! #sóquenão hahahahaha



Procura-se um amor com barriga de cerveja - Por Juliana Andreotti de Barros (todos os direitos de publicação são reservados a autora!)



Bem vinda ao clube a mulherada que gosta de homens reais: aquele cachorro safado que tem pegada. Aquele filho-da-mãe que faz você perder a cabeça e o sono. Aquele desgraçado que faz você revirar os olhos ao pensar no seu beijo. Aquele idiota que diz que vai te ligar em 5 minutos, e você fica checando o aparelho celular a cada 5 segundos. Aquele adorável que faz você rir das suas piadas sem graça. Aquele infame que chega a ser até bonitinho para a sociedade, mas que é o colírio para seus olhos!

E aquele abraço apertado que faz você querer perder o emprego para nunca mais ter que sair dos seus braços? E aquele beijo “apaixonado” que faz você querer pular de cabeça no precipício desconhecido de uma paixão avassaladora? E aquele corpo todo errado que faz você pensar que ele é um deus grego? Ahhh, SIM, colega... você sabe do que eu estou falando!

Nas curvas da vida encontramos aquela barriguinha de chopp que serve perfeitamente de leito para nosso ombro cansado após uma tarde de amor. Nos defeitos do rosto encontramos cada explicação para uma vida vivida, com marcas e cicatrizes de aprendizados que muitas vezes foram dolorosos. No antebraço que não é malhado encontramos a força para nos carregar por uma vida inteira. Na falta de músculos definidos da coxa encontramos virilidade estonteante.

Uma barriga “tanquinho” é linda para se apreciar (ah, e como é!). Algumas vezes até dá vontade de lavar nossa roupa sobre os gomos perfeitamente desenhados em formato de linhas deslumbrantes. Entretanto manequim é feito para ser exposto em vitrine, e não para levar pra casa! Homem de verdade mesmo é aquele que não tem nada de perfeito esteticamente falando. Com exceção da barba mal-feita, que é cartão de visita para qualquer cafajeste  que se preze, o restante é perfeitamente negociável.

Homens-vitrine existem aos montes por ai! O diferencial nos dias de hoje é encontrar homens reais com a capacidade de viver sentimentos verdadeiros.

Cara colega, abrace forte seu cartão de crédito e vá ser feliz a procura seu cachorro-quente completo!



segunda-feira, 10 de junho de 2013

Poema para o menino com a alma que muda de cor

Uma alma colorida em um semblante de cor cinza.

Os olhos que mudam de cor refletem a alma que, também, muda de cor...

Poema para o menino com a alma que muda de cor - por Juliana Andreotti de Barros (Junho/2013)



"Meu menino inconseqüente
Que me faz perder os sentidos
Onde esconde seu coração partido?
Busco um sentido para não me apaixonar

Caminho por cima de minha razão inconsolidada
Despedaçada sobre a carícia dos seus beijos
Dilacerada sobre a ternura dos seus abraços
Entorpecida pelo veneno da sua boca
Irrompida sobre o encanto de seu olhar puramente malicioso

Meu menino cercado por muralhas
Que ora diminuem e me deixam entrar
Que ora sobem aos céus e me fazem querer escapar
Que medo te aflige
Que não possa ou não queira superar?

Meu menino que me cerca por muralhas
Que ora diminuem e permitem enxergar meu coração
Que ora sobem aos céus e me fazem não querer voltar ao chão
Que medo me aflige
Que não possa ignorar minha razão?

Fujo, correndo contra o nosso tempo apertado
Escasso nos minutos cronometrados
Gozados na plenitude da última gota de segundo

E me encontro, perdida,
Diante de uma estrada com duas vias
Diante de uma faca com dois gumes
Diante de um espelho com duas faces
Diante de um homem com uma alma que muda de cor."